O
Romantismo em Portugal teve dois momentos significativos em sua evolução:
1º
Representa o esforço de se firmar como movimento literário apoiado na cultura
popular, no nacionalismo, na busca das origens medievais do país;
2ºCorresponde a um momento de maturidade e de transição para o realismo.
Contexto histórico
Portugal era um país
pequeno e decaído, saudoso da grandeza perdida. Esses
patriotas, confiantes nas virtudes da liberdade, propunham-se contribuir para
um renascimento pátrio.
O romantismo
constitui uma tomada de consciência e uma conquista dum senso histórico e dum
senso crítico novo aplicado aos fenômenos da cultura. Começa-se a relacionar o
Homem com o meio a que pertence.
oca
Em
Portugal, tal como na Europa, o romantismo manifestou-se também na pintura e na
arquitetura. A evolução, na pintura, do
neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou
expressão entre nós.
Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens
artistas tinham à natureza.
de que é produto.
O
Romantismo está ligado à Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois
acontecimentos que mudaram a história da Europa e colocaram em evidência
valores burgueses como o individualismo e a desobediência aos valores
pré-estabelecidos.
Em Portugal, o Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio inglês e enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o passado e o orgulho do povo português.
Em Portugal, o Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio inglês e enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o passado e o orgulho do povo português.
Liberdade
de criação
Como sempre uma escola literária procura se
desvincular da escola anterior, com o romantismo não foi diferente, os
autores queriam dizer o que pensavam e sentiam da maneira que bem quisessem sem
estar presos às convenções das características árcades; por
isso acabam deixando de lado, em muitos casos, formas fixas como o soneto por
exemplo; Observem como Gonçalves de Magalhães se refere em um de seus livros
sobre a forma clássica da escrita:
Suspiros poéticos e saudades - prefácio
(...) Quanto à forma, isto é, a
construção, por assim dizer, material das estrofes, e de cada cântico em
particular, nenhuma ordem seguimos; exprimindo as ideias como elas se
apresentaram, para não destruir o acento da inspiração; além de que, a igualdade
dos versos, a regularidade das rimas, e a simetria das estâncias produz uma tal
monotonia, e dá certa feição de concertado artificio que jamais podem agradar.
Ora, não se compõe uma orquestra só com sons doces e flautados; cada paixão
requer sua linguagem própria, seus sons imitativos, e períodos explicativos. (...)
Supervalorização do amor
Como já era de se esperar a busca pela
liberdade trouxe consigo um desejo, também, da liberdade de criação; Numa época
onde casamentos eram arranjados por convenções , os mais jovens começaram a se
indignar e passaram a dar mais valor a sentimentos e emoções; Sendo assim
passaram a idealizar o amor e a mulher amada que era vista como um ser
angelical digna de ser admirada e até mesmo cultuada; Vemos em muitas obras que
os autores românticos levavam seus personagens, e em alguns casos, até sua
própria vida, o sentimentalismo às
últimas consequências.
Nasce a moda dos sentimentais
Outras
características muito comuns em obras românticas eram o Sentimentalismo; Idealização; Evasão; Evasão no tempo e espaço; Evasão na morte, onde
os autores se voltavam tanto para o seu “eu” interior, seus sentimentos que
buscavam um mundo irreal para viver,ou seja criavam seus “mundos”onde a
natureza, a pátria era mais bela e perfeita, nem que para isso tivessem que
voltar á época medieval (visto do jeito deles claro!), conforme seus sonhos e fantasias os levassem,pois
não aceitavam muito bem o mundo como ele realmente era caso suas expectativas
fossem frustradas, buscavam a solução mais prática: A morte!
Poetas que morreram jovens
Para
se ter uma ideia de como eles levavam a sério a questão da visão de mundo veja
como o chamado “mal do século” afetou a vida de alguns poetas que morreram bem
jovens:
Nome
do poeta
|
Idade
ao morrer
|
Álvares de Azevedo
|
20
anos
|
Casimiro
de Abreu
|
21
anos
|
Junqueira
Freire
|
22
anos
|
Castro
Alves
|
24
anos
|
Fagundes
Varela
|
33
anos
|
Mais características românticas
o gosto
pela natureza noturna: a
sombra, a noite, a Lua, o cemitério, o mar, a tempestade, o pôr do Sol, o
abismo constituem o cenário querido dos românticos. O “locus horrendus” provoca não
só sentimentos exagerados, às vezes mórbidos, de acordo com o estado de
espírito do “eu”, mas também o desejo da evasão para outros mundos, mesmo o
desejo da morte;
o
amor de tudo o que é popular e nacional.
um sentimento
religioso –
panteísta: o românticos
afirmam sentir Deus na natureza; a sua sensibilidade leva-os a amar o
Cristianismo dulcificante, salvador, em detrimento de uma mitologia cruel e
distante;
a procura de
lugares exóticos, palco de recreio da sua fantasia,
e da Idade Média, manancial inesgotável de lendas, poesia, canções de gesta,
feitiçaria, tradições, folclore, etc. ( ou seja a mistura do santo com o
profano, porém sem perder suas raízes cristãs)
Criação de heróis grandiosos- eles sempre procuravam enaltecer os
indivíduos que eram mal compreendidos pela sociedade da época. Como exemplo podemos ver “ As histórias de Simbad o Marujo”, para os mais puritanos isso era visto como
rebeldia!
Gerações
O
movimento romântico português durou quatro décadas e teve três períodos
diferentes cada um com uma geração particular de autores.
Primeira geração: empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre Herculano - cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher.
Primeira geração: empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre Herculano - cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher.
Principais autores da 1ª fase do romantismo Português – Almeida Garret
Obras:
Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853).
Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50).
Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844);
Poesia: Camões (1825); Dona Branca (1826); Lírica de João Mínimo (1829); Flores sem fruto (1845); Folhas caídas (1853).
Prosa: Viagens na minha terra (1843-1845); O Arco de Santana (1845-50).
Teatro: Catão (1822); Mérope (1841); Um Auto de Gil Vicente (1842); O alfageme de Santarém (1842); Frei Luís de Sousa (1844);
D. Filipa de Vilhena (1846).
Alexandre Herculano
Obras:
Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908).
Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859).
Poesia: A harpa do crente (1838).
Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo 1878 publ. póst.).
Polêmicas e ensaios: A voz do profeta (1836); Eu e o clero (1850); A ciência arábico-acadêmica (1851); Estudos sobre o casamento civil (1866); Opúsculos (10 volumes, 1873 – 1908).
Historiografia: História de Portugal (1846-1853); História da origem e estabelecimento da Inquisição em Portugal (1854-1859).
Poesia: A harpa do crente (1838).
Prosa de ficção: Eurico, o presbítero (1844); O monge de Cister (1848); Lendas e narrativas (1851); O bobo 1878 publ. póst.).
Resumindo – Primeira Geração
- Sobrevivência de
características neoclássicas;
- Nacionalismo;
- Historicismo, medievalismo.
- Nacionalismo;
- Historicismo, medievalismo.
Segunda
geração:
consolida o movimento romântico em Portugal. Caracteriza-se pelas ideias do "mal do
século": negativismo,
morbidez e sentimentalismo exagerado. O principal autor dessa tendência é o
romancista Camilo Castelo Branco, autor de estilo passional e pitoresco.
Camilo Castelo Branco
Obras: Carlota Ângela (1858); Amor de perdição (1862); Coração, cabeça e estômago (1862); Amor de
salvação (1864); A queda dum anjo (1866); A doida do Candal (1867); Novelas do Minho (1875-77); Eusébio
Macário (1879); A corja (1880); A brasileira de Prazins (1882).
George Gordon Byron - Lord Byron : Grande
influenciador e criador do personagem: Dom Juan
“Quando conquistou tudo o que todos querem cortejar, a
pobre recompensa não vale os custos: juventude desperdiçada, alma aviltada,
honra perdida, são os teus frutos, ó paixão triunfante!”
George Lord Byron
"A dor é dona da sabedoria e o saber amargo.
Aqueles que mais sabem, mais profundamente sofrem com a verdade fatal."
Lord Byron
Resumindo...
-
Mal do século;
- Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos;
- Irracionalismo;
- Escapismo, fantasia;
- Pessimismo.
- Excessos do subjetivismo e do emocionalismo românticos;
- Irracionalismo;
- Escapismo, fantasia;
- Pessimismo.
Terceira geração: livre dos exageros
ultra-românticos, apresenta espontaneidade lírica e musical. Sobressaem-se nesse
período a poesia de João de Deus e a prosa de Júlio Dinis.
Resumindo:
-
Diluição das características românticas;- Pré-realismo.
João de Deus
Júlio Diniz
Sendo assim, podemos dizer que o romantismo foi...
Mas e o amor de verdade, como deve ser?
A Bíblia nos diz!
Algumas Obras:
poesias coligidas sob
o título de Flores do Campo, publicadas por José António Garcia Blanco; em
1878 saiu no Porto uma 2.ª edição, sendo de 1869 a coletânea Ramo
de flores.
De 1893 é a edição com o título Campo de Flores, organizada por Teófilo Braga, que coligiu tudo que do
poeta havia disperso.
Júlio Diniz
Obras:
Romance: As pupilas do senhor reitor (1867); Uma família inglesa (1868); A morgadinha dos canaviais (1868); Os fidalgos da casa mourisca (1871). Conto: Serões da província (1870). Poesia: Poesias (1873) Teatro: Teatro inédito (3 vol. – 1946-47) |
Sendo assim, podemos dizer que o romantismo foi...
O liberalismo que deu lugar à ascensão da burguesia e alargou o
público leitor. O escritor dirige-se ao povo, a quem considera a matriz da
poesia. O Romantismo é a expressão literária e plástica da
ascensão burguesa...
Acredita no
progresso, na liberdade, na bondade natural do homem corrompido pela sociedade.
O Romantismo
português está
diretamente ligado às guerras liberais porque os escritores românticos,
sobretudo Garrett e Herculano, foram soldados liberais. Por isso, nas suas obras,
refletem a ânsia pela liberdade, a recusa total da tirania e a condenação da
corrupção dos liberais que se tornaram materialistas.
Mas e o amor de verdade, como deve ser?
A Bíblia nos diz!
1
Coríntios 13
Ainda que eu
falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o
metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o
dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que
tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse
amor, nada seria.
E ainda que
distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que
entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me
aproveitaria.
O amor é sofredor, é
benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se
ensoberbece.
Não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha;
mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, desaparecerá;
Porque, em parte,
conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o
que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino,
falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que
cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos
por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte,
mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois,
permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
Sim queridos,isso é o
amor!
Professora Suzy
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