Lembro-me
como se fosse ontem
Oh!
Posso afirmar que jamais esquecerei
Carlos
se encontrava cabisbaixo sobre a escrivaninha
Pergunta
a mulher:
O que
fazer?
Com
coração choroso pensa em voz alta.
“Sim,
meu coração é muito pequeno.
Só
agora vejo que nele não cabem todos os homens...”
Para
por um instante
Lembra-se
de antigamente
...
Lembra-se da paz...
...
Lembra-se da liberdade...
Lembra-se
do amor...
Pensando
sobre a escrivaninha diz a mulher:
O que
fazer?
“É
preciso viver com os homens,
É
preciso não assassiná-los,
É
preciso ter mãos pálidas
E
anunciar o fim do mundo.”
Pensando
sobre a escrivaninha diz a mulher:
O que
fazer?
Lembra-se
de artistas que foram torturados
Lembra-se
da guerra e dos olhos quepermanecem fechados
Em um
vago momento ele para
Ouso
lhes dizer que ele parou
Com
uma caneta e um papel viu que poderia...
...
Sim ele poderia fazer algo
Mesmo
com o pessimismo...
Mesmo
com as ideias presas...
...
Sim ele poderia fazer algo
A
mulher toca em seus ombros
Teme
que o marido como outros se vá
Mas
ele a olho com ternura e confiante
E
começa a escrever suas cartas
A
Mário de Andrade...
A
Abgar Renault...
A
Portinari...
A
Ribeiro Couto...
Sim,
ele escreve cartas aos amigos.
Cartas
para anunciar o fim do mundo
Cartas
em forma de poesias
...
Poesias diretas
...
Poesias irônicas
...
Poesias de denuncia
...
Poesias para abrir os olhos
...
Poesias engraçadas
...
Poesias sérias
...
Poesias para abrir os olhos
Sim,
ele escreve carta aos amigos.
Poesias
que formarão um livro
Livro
para anunciar o fim do mundo.
Ele
banhado de sua ideologia
Ignora
a forma
Ignora
o papel
Ignora
as antigas maquinas de poesias
Somente
escreve
Para
anunciar o fim do mundo
Podes
perguntar: Por que?
Em um
mundo onde se calam sempre alguem fala
Sempre
haverá alguém para expressar a realidade
Um
alguém para abriri os olhos
Carlos
tinha essa finalidade
Para
manter o bom riso, usou ironia.
Para
despistar curiosos, fugiu do assunto.
Para
impressionar muitos, falou forte...
...
Forte como leão
...
Mas forte que os soldados que tanto temia
Podem
vocês se perguntar quem sou eu?
Ah!
Eu sou ora de Carlos
Sou a
alma de sua obra
Sou a
posso falar a vocês a verdade
Não
há poesia sem alma
Não
há realidade sem verdade
Não
há poeta sem poesia
Assim
também como não pode existir o mundo sem sentimento
Carlos
queria abrir os olhos
Queria
anunciar o fim do mundo
Mostrar
o vazio
Que
poderia se tornar mais vazio
Vendo
o presente não via futuro brilhante ou feliz
E a
culpa é de quem?
Não
se sabe
Agora
eu ao entrar no livro
Faço-me
a mesma pergunta que Carlos?
O que
fazer?
“Tenho
apenas duas mãos
E o
sentimento do mundo,
Mas
estou cheio de escravos,
Minhas
lembraças escorrem
E o
corpo transige
Na
confluência do amor.”
Hoje
posso dizer-lhes...
Antigamente
ele gozava da liberdade e paz
“O
céu era verde sobre o gramado,
A
água era dourada sob as pontes,
Outros
elementos eram azuis, róseos, alaranjados,
O
guarda-civil sorria, passavam de bicibletas,
A
menina pisou a relva para pegar um pássaro,
O
mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Carlos.”
Mas
hoje não é mais
Infelizmente
tenho que pedir desculpas...
...
Sei que Carlos dizia para livrar-nos de papéis e idéias alheias, mas agora
pegarei o papel para dizer-lhes
“No
meio do aminho tinha uma pedra
Tinha
uma pedra no meio d caminho
Tinha
uma pedra
No
meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca
me esquecerei desse acontecimento
Na
vida de minhas retinas tão fadigadas.
Nunca
me esquecerei que no meio do caminho
Tinha
uma pedra
Tinha
uma pedra no meio do caminho
No
meio do caminho tinha uma pedra.”
Um comentário:
Hehe'
Eu na capa. kkas'
Beijos prof
Agradeço a Deus por ter apresentado um livro de poesias, gosto muito (acho que da para notar pelo os que escrevo)...
Que Deus cuide de todos
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